quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Se em toda a vida fiz uma ação boa, no fundo da alma, agora me arrependo.

AARÃO - Ora, Lúcio! isso foi apenas ato de caridade, junto com o que ainda terás de ouvir de mim.
Foram seus filhos que mataram Bassiano e, após, violaram tua irmã, lhe amputaram as mãos brancas, a língua lhe cortaram, enfeitando-a da maneira que viste.
LÚCIO - Ó miserável! Chamas a isso enfeitar?
AARÃO - Ora, lavada foi, cortada, enfeitada, tendo sido tudo isso para os dois belo brinquedo.
LÚCIO - Oh! monstros como tu, bestiais e bárbaros!
AARÃO - Realmente, o guia eu fui do que fizeram. Da mãe lhes veio o espírito lascivo, tão certo como haver na mesa o trunfo; mas a sede de sangue foi comigo, parece, que aprenderam, tão verdade como atacar um cão de frente sempre. Bem, que meus atos provem quanto valho.
Atraí teus irmãos para a traiçoeira cova onde o corpo de Bassiano estava. E minha a carta por teu pai achada, tendo sido eu, também, que escondi o ouro de que nela se fala, combinado tendo tudo isso com Tamora e os filhos.
Que fato houve, em resumo, de que causa não achasses de dor, em que eu deixasse de tomar parte ativa? Usei de fraude para a mão de teu pai ver decepada, e, ao recebê-la, retirei-me à parte, chegando quase a arrebentar o peito, de tanta gargalhada. Colocara-me a espiar por um buraco da parede, quando a cabeça recebeu dos filhos, em troco da mão dele.
Vi suas lágrimas e ri-me tanto que fiquei com os olhos molhados como os deles, e após, no instante de contar à rainha a brincadeira, ela quase morreu de tanto gosto, ao ouvir minha história divertida, vinte beijos me dando pela nova.
PRIMEIRO GODO - Como! Contas tudo isso sem ficares enrubescido?
AARÃO - Sim, como um cão negro, como diz o provérbio.




LÚCIO - Não te sentes arrependido dessas vilanias?


AARÃO - Sim, por não ter dez mil como essas feito. Agora mesmo amaldiçôo o dia - e creio que bem poucos caem dentro do círculo maldito - em que eu deixasse de praticar qualquer notória infâmia, como seja: tirar a alguém a vida, ou, quando menos, maquinar-lhe a morte, violar uma donzela ou dar a idéia para tal fim, sob falso juramento contra algum inocente fazer carga, entre amigos semear a odiosidade, fazer que do alto caia e se arrebente o rebanho do pobre, às altas horas da noite incendiar medas e celeiros, para aos donos gritar que com suas lágrimas as chamas apagassem. Muitas vezes desenterrei dos túmulos os mortos, colocando-os de pé, junto das portas dos amigos queridos, justamente quando a dor já se achava quase extinta, na pele dos cadáveres gravando com minha faca, tal como na casca das árvores se faz, em caracteres romanos: "Não deixeis que a dor se extinga, conquanto eu já morresse".

Ora!milhares de ações terríveis fiz com a mesma calma com que mato uma mosca, nada havendo que tanto me entristeça como a idéia de mais dez mil não realizar como essas.
...
AARÃO - Oh! por que é muda a raiva e surda a cólera? Não sou criança medrosa, para às baixas orações recorrer e, muito menos, para me arrepender dos crimes feitos. Cometera outros, dez mil vezes piores, se possível me fosse realizá-los.
Se em toda a vida fiz uma ação boa, no fundo da alma, agora me arrependo.
TITO ANDRÔNICO - William Shakespeare

domingo, 6 de setembro de 2009

Nada detem os Psicopatas


...
Os psicopatas são assim Marcelo

Eles sentem a necessidade da excitação
Como diz a Ana Beatriz no seu Mentes Perigosas

Eles gostam de viver no fio da navalha

É Doutor eles não sentem medo não é?

Não!
Este desconforto físico que as pessoas sentem normalmente numa situação de perigo
Não!
Eles, se excitam!
Não param!
Dão mais um passo!
Como num desafio!

È. Eles estão desafiando mesmo não é doutor?Os códigos morais, as leis, a inteligência dos outros!

È isto ai Marcelo!
O medo,a consciência do que pode nos acontecer quando desafiamos determinadas situações de perigo detem a maioria das pessoas.
Mas não detem o Psicopata

Eles sabem o que é ilegal
Eles sabem exatamente o que pode ser feito e o que não pode ser feito
Mas simplesmente não se importam com isto
Estão acima disto!

É doutor, bem diferente dos nosso loucos!

Ah Ah os nossos loucos!
Os nossos loucos,quando fazem alguma coisa que transgrida a lei, eles não tem a menor noção do que estão fazendo.
Por isso é que eu acho injusto classificar de loucos os psicopatas como comumente se escuta por aí.
...
Texto do personagem Dr. Castanho na novela Caminho das Índias.

Todos os direitos da Rede Globo

sábado, 5 de setembro de 2009

Ana Beatriz Barbosa Consultora de novela diz que psicopata é incurável e esquizofrênico tem cura

A maldade e a frieza da psicopata Yvone (Letícia Sabatella), personagem da novela Caminho das Índias, habita entre nós, na vida real. A cada 25 pessoas, uma é perversa, desprovida de culpa e capaz de passar por cima de qualquer ser humano para satisfazer os próprios interesses. Os psicopatas são 4% da população. E não há cura para eles.

Quem afirma isso é a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, que é consultora da novela e ajudou a construir a personagem Yvone. A autora Glória Perez se inspirou em um livro da médica, "Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado", que já vendeu mais de 120 mil exemplares.
Para Ana Beatriz, o grande desafio da novela é fazer a distinção entre o psicopata (Yvone) e o psicótico (Tarso, representado por Bruno Gagliasso), também chamado de esquizofrênico.

Segundo a médica, a diferença principal é que o primeiro tem um déficit no campo das emoções, é incapaz de sentir amor ou compaixão e é indiferente em relação ao próximo; já o esquizofrênico, é o oposto: ele tem afeto em excesso, é extremamente sensível e, "de tanto sentir e não se expressar, ele enlouquece". E para a loucura, há tratamento. 

"O psicopata não enlouquece nunca, pois ele não tem afeto. Ele não é capaz de se botar no lugar do outro e tentar sentir a dor que ele provocou. Mas o problema dele não é cognitivo, a razão funciona bem e ele tem a capacidade plena de distinguir o que é certo e o que é errado. Ele tem certeza que está infringindo a lei, mas não se importa com isso e até calcula os danos para saber o custo-benefício da ação", explica a psiquiatra.

Tratamento da esquizofrenia

A psiquiatra acredita que a principal mensagem da novela é que a esquizofrenia tem cura e precisa ser tratada com rapidez. Após o primeiro surto, 80% dos pacientes se curam; no segundo surto, são 50% os que se curam; e após três surtos, 30% dos pacientes são curados.

"Quando surge o primeiro surto, as pessoas levam muito tempo para procurar ajuda e negam a doença. A grande mensagem da novela é essa: busquem ajuda", disse.

Ela afirmou ainda que o tratamento, em qualquer caso, tem que ser feito até o fim da vida.

Psicopatas nascem psicopatas

De acordo com a consultora de Caminho das Índias, o psicopata já nasce com uma predisposição genética à manifestação desse tipo de comportamento de indiferença afetiva : "O sistema emocional do psicopata vem desconectado e não conecta novamente. Não tem cura até o momento".

 Foto: Sandra Lopes / Dviulgação

Foto: Sandra Lopes / Dviulgação

Mas a psiquiatra afirmou que essa manifestação pode ser aumentada ou diminuída:

"Se você tem uma sociedade que tolera desrespeito, preconceito, tiranias, injustiças, violências, isso acaba fomentando que psicopatas que manifestem mais. Se tem uma sociedade de tolerância zero, a tendência é reduzir essa manifestação. Uma pessoa não vira psicopata. Ela vai manifestando ao longo da vida". 

A impunidade alimenta a psicopatia

Segundo Ana Beatriz, os países mais capitalistas tendem a revelar maior número de psicopatas. Para ela, a recente crise econômica que abateu o sistema foi uma "crise de valores psicopáticos". Assim como os desvios de verbas e corrupções que afligem o Brasil e a impunidade diante de tais escândalos.

"Desvio de merenda escolar, por exemplo, isso atinge milhares de pessoas, são crianças que ficam sem estudar. Superfaturamento ou desvio de verba de medicamentos, todas são atitudes francamente psicopaticas", exemplifica, argumentando que os responsáveis por tais ações sabem que milhares de pessoas serão prejudicadas, ou seja, usam a razão e atuam sem qualquer sentimento.

A médica lembra que esses casos não entram em fichas policias, mas são tão graves quanto um assassinato: "As pessoas associam psicopatia com assassinato, mas a maioria dos psicopatas não mata". 

Níveis de psicopatas

Ana Beatriz afirmou que há três níveis de psicopatas: o leve, que aplica os famosos golpes 171 (estelionato ou fraude) e atinge uma pessoa; o moderado, que aplica o mesmo golpe, porém em uma esfera social mais alta (como o superfaturamento na compra de remédios para o sistema de saúde pública) e acaba lesando milhares de pessoas; e o grave, que seria o serial killer, o assassino para quem não basta matar, tem que haver atos de crueldade. Esse último tipo, porém, é raro. 

Dos 4% de psicopatas da população, 1% é grave e 3% são leves e moderados. A personagem Yvone, por exemplo, é uma psicopata de nível médio, pois ela sempre lesa uma só pessoa, nunca um grande sistema, e não é capaz de matar.

Segundo a médica, o grande tratamento para os psicopatas "é a postura que temos com essa pessoa". A grande arma da sociedade, segundo a médica, é não tolerar a impunidade.No G1

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Psicopatas - Além do traço de personalidade

(Adriana Vandoni) Existe algo intrigante na personalidade daquele homem. Estranho, mas ele não se abate com nada. Transparece uma normalidade tão absoluta, que mesmo em meio às maiores tormentas, mantém um equilíbrio assustador. Mesmo quando acusado dos crimes que de certo cometeu, seu semblante é inabalável. Um comportamento que não é humanamente normal. Sua frieza é tanta, que revela a ausência total de parâmetros de moralidade. Por outro lado ele é muito agradável e seguro de si.

A primeira vista ela também é encantadora e sedutora. Até os incrédulos, depois de uma conversa, por mais breve que seja, saem encantados com aquela mulher. Também pudera, de fala fácil e cativante, ela tem sempre a palavra certa para a hora exata, fala o que o interlocutor quer ouvir. Fala de tudo, e mesmo que fale sem profundidade, diz com uma segurança convencedora. Suas respostas espertas e suas histórias deslumbrantes, corroboram para a construção do seu fascínio. Quando é contestada, jamais se embaraça. Simplesmente muda a história ou distorce os fatos para se encaixar triunfante de novo. Ela cativa, mas vista com olhos mais apurados, percebe-se seu talento natural para mentir, enganar e manipular.

Obstinado em alcançar seu objetivo, ele não mede esforços nem discrimina os métodos, pelo contrário, facilmente recorre a esquemas, intrigas e claro, ao seu poder de convencimento. Prefere se rodear de pessoas sem escrúpulos, mas que lhe facilita a realização de suas ambições. Dominante e muito seguro de tudo o que diz, ele procura controlar os outros. Até aceita opiniões diferentes das suas, mas quando lhe são interessantes. E se por desventura alguém o enfrenta e ele se sente ameaçado, ai sim, seu equilíbrio se esvai, ele se torna agressivo, e friamente é capaz de cometer qualquer coisa para tirar aquela ameaça de seu caminho.

Desonesta por natureza, ela vive do poder que a possibilita obter vantagens de toda espécie. Compulsiva, cruel e impulsiva, e com uma inteligência é acima da média, ela manipula e usa as pessoas com grande facilidade. E sem sentimento algum, as descarta quando já não lhe servem mais. Remorso? Ela não sabe o que é isso.

Egocêntrico, ele se sente um ser superior regido por suas próprias normas. Sim, as leis não foram feitas para ele, pois sua sensação de onipresença o faz acreditar que tudo lhe é permitido.

Nesta simbiose entre ele e ela, nasce a fictícia personagem Rivone. E não se assuste, meu caro leitor, se você vier a reconhecer alguém da vida real nos traços de personalidade da Rivone. Saiba que ela é bem mais real que se pode imaginar. E pode estar em qualquer lugar. Pode ser o açougueiro, a manicure ou o político em quem você pode votar nas próximas eleições. Pode ser bela ou encantador. Sem estudo ou doutor. Pode ser qualquer um, afinal, estas são algumas das características de um psicopata.

Do Prosa e Politica da Adriana Vandoni  Matéria Alem do traço da personalidade