PSICOPATAS
PSYKHÉ=alma e PATHÓS=doença
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Cérebro insensível é mais vulnerável à corrupção, dizem pesquisadores
A hipótese, baseada na análise de imagens do cérebro captadas por meio de ressonâncias magnéticas funcionais e em exames que detectam as descargas de adrenalina do sistema nervoso, foi apresentada hoje no congresso Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado, pelo neurologista André Palmini, da PUC do Rio Grande do Sul.
Palmini explicou que há um senso de justiça presente no cérebro de quase todas as pessoas. Quando presenciamos a justiça sendo feita, sentimos uma identificação com isso, uma empatia. Se vemos uma injustiça, sentimos nojo. "Quando sentimos nojo, ativamos a ínsula, região do cérebro essencial para o comportamento moral", disse o médico. Daí vem a sensação de indignação que normalmente surge diante da corrupção. Mas, como cada cérebro é diferente, há quem tenha reações diferentes.
De acordo com as pesquisas citadas pelo médico, é possível observar as conexões entre as regiões morais do cérebro: o cíngulo anterior e a ínsula. Assim como cada região do cérebro tem funções específicas, essas conexões também desempenham seus próprios papéis.
Nesses estudos, foram aplicadas escalas para medir o nível de empatia das pessoas em relação à sociedade. Quanto menor a conexão entre essas duas regiões emocionais e morais do cérebro, menor a capacidade que o indivíduo tem de funcionar socialmente. Em pessoas com conexões mais fortes, havia maior capacidade de indignação e entendimento da moral.
"O status dessas redes neurais influenciam a maneira como valorizamos os estímulos do ambiente. Isso varia muito entre as pessoas e é a base de como sentimos o mundo e como tomamos decisões", disse Palmini.
Em outro estudo, que media a reação de adrenalina em pessoas submetidas a situações de estresse, por meio da condutividade elétrica da pele, algumas não reagiam às ameaças. De acordo com o neurologista, isso indica que elas eram insensíveis. "Essa condição leva à tomada de decisão inadequada, porque a pessoa fica vulnerável a correr riscos desnecessários."
Crianças que apresentaram essa falta de reação aos três anos não respondiam a punições verbais. Aos oito, elas já tinham comportamentos agressivos. Elas não eram sensíveis ao meio, não mobilizavam seu "cérebro emocional".
"Quem não se condicionava, não tinha medo, tinha mais risco de cometer crimes mais tarde, aos 20 anos", afirmou Palmini.
Um cérebro que amadurece nessas condições fica mais predisposto a ter uma personalidade psicopata, segundo o médico. A ausência do medo da punição facilita o comportamento corrupto, aliada aos fatores ambientais, como a oportunidade de cometer delitos.
CORRUPTOS LESADOS
O pesquisador Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, também apresentou sua explicação para esses comportamentos desviantes.
A ausência de moral do corrupto, segundo Bechara, é similar àquela apresentada pelos psicopatas, que não se preocupam com o outro. "Em pessoas normais, os valores morais e os riscos são ligados. Não há por que violar as regras", disse o neurologista.
O pesquisador afirma que há duas explicações para o cérebro corrupto. Ou há uma lesão cerebral, por motivos genéticos ou traumas sofridos na infância, ou a pessoa não tem lesão alguma, mas cresceu em um ambiente onde a corrupção não é punida.
O primeiro grupo não tem como aprender a diferenciar certo e errado, mesmo que sofra punições. Já o segundo pode conseguir se ajustar, se houver mudanças no ambiente.
De acordo com Bechara, pessoas com anormalidades no córtex pré-frontal repetem os erros, ainda que tenham uma alta capacidade intelectual. "Elas podem até ser mais bem sucedidas do que as pessoas normais, dependendo do meio em que atuam", disse o neurologista.
Ele explica suas conclusões por meio de um teste de jogo chamado Iowa Gambling Test. Nesse exame, são exibidas quatro possibilidades de aposta para o voluntário. Um par dá mais ganhos imediatos, mas leva a perdas maiores a longo prazo. O outro dá menos benefícios imediatos, mas resulta em um ganho grande no final.
Pessoas sem lesões cerebrais, em geral, sabem escolher a opção mais vantajosa a longo prazo. Quando há a lesão no córtex frontal, a pessoa erra mesmo quando já sabe qual é a melhor escolha. "Ainda que elas tenham uma reação negativa em relação à perda, não temem essa punição na hora de tomar a decisão", explicou Bechara.
Além de serem destemidas, essas pessoas não julgam moralmente os outros. Em testes que apresentam aos voluntários uma história de tentativa de homicídio que não dá certo, os normais acham isso um crime. As pessoas com lesão se mostram mais permissivas.
O curioso, segundo o neurologista, é que há pessoas normais que se comportam como se tivessem a lesão cerebral. Talvez, disse ele, elas tenham algum problema cerebral indetectável em exames. "Essas pessoas também são vulneráveis a comportamentos antissociais como a corrupção."
Ao final, Bechara lembrou que os psicopatas não são só os assassinos. "Eles estão na sociedade. Podem ser empresários, políticos, pessoas que não cometem crimes violentos, mas que exploram os outros, são imorais, usam cargos públicos para enriquecer e prejudicar os outros. Está na hora de revisitar as causas cerebrais para estudar o comportamento corrupto."
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/749745-cerebro-insensivel-e-mais-vulneravel-a-corrupcao-dizem-pesquisadores.shtml
sábado, 22 de maio de 2010
Brutal: As razões do mal
Brutal: As razões do mal
Veja online
A procuradora Vera Lúcia, acusada de torturar a menina que pretendia adotar, tenta justificar sua crueldade culpando a criança. Uma testemunha afirma que ela também batia na mãe. Como uma bruxa má, não demonstra nenhum arrependimento e sua lógica é a da desrazão
Entrevistas com Psicopatas
Nem sentimentos de culpa e de vergonha
Sim,abusamos de mentiras e insinceridade
Sim,mascaramos atos amorais
Não, jamais admitiremos erros
Sim, ignoramos regras éticasSim, fazemos intrigas
Sim, fazemos uso de manipulação e chantagem
Sim, não temos remorsos
Sim, somos promíscuos
Sim, somos irresponsáveis
Não, não nos responsabilizamos por nossas ações
Sim, faremos de tudo para alcançarmos nossos objetivos
Sim, somos racionais articuladores
Sim, estaremos sempre impunes
Sim, queremos destruir vocês
Não, suas emoções não nos incomodam
Não, não temos princípios
Sim, queremos derrubar todos os valores
Sim, somos irreconhecíveis
Sim, somos transgressores
Sim, somos indiferentes aos seus sentimentos
Sim, nossa mente é cruel
Sim,sabemos representar
Sim, somos predadores
Sim, vocês são as presas
Sim, queremos o poder
Sim, somos perversos
Sim, somos superiores
Sim, somos psicopatas
Não, não existe tratamento...
sábado, 8 de maio de 2010
Mas afinal, o que é um psicopata?
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
No mundo dos demonios não existe compaixão
terça-feira, 17 de novembro de 2009
PSICOPATAS - Você pode ser a próxima vítima
Por muitos anos vivemos com o conceito falso de que ser PSICOPATA era o mesmo que ser doente, louco. Grande engano. Ser psicopata é o mesmo que mau caráter. Segundo a psiquiatria moderna, PSICOPATA é a pessoa desprovida de AFETO. É aquele tipo de gente que não mede esforços para atingir o que deseja, mesmo que isso custe até a vida de outra pessoa. Ou seja, PSICOPATA é aquela figura que vive para saciar os sentidos, exclusivamente.
AFETO não é só aquela imagem que temos onde uma pessoa coloca outra no colo e faz carinho e afagos. AFETO é o sentimento que nutrimos por outro ser vivo que nos faz tomar o lugar dessa outra pessoa, principalmente quando esta passa por um momento crítico. AFETO é amor ao próximo, é o que nos faz sentir pena, o que nos induz a ajudar.
O PSICOPATA não é um doente. É uma pessoa que não gosta de ninguém; usa e abusa dos outros. É extremamente inteligente e meticuloso. Calcula seus passos. Encara todos que não concordam com seus discursos como 'pedras no caminho'. Vive uma bola de neve, pois se sacia rápido com o que conseguiu e em seguida parte para o próximo objetivo, como um vampiro que não ficou satisfeito com um pescoço apenas.
O mérito deste texto e tentar desmistificar, na cabeça das pessoas, a aura de ser doente, DIGNO DE PENA. Não podemos ter pena de PSICOPATAS. Precisamos achar meios de auto defesa e urgentemente, pois ter pena só aumenta o prejuizo, já que eles aproveitam-se deste argumento para aumentar a auto-vitimização. Toda vez que é acuado ele pode ter duas reações: agressividade ou auto-vitimização.
Podemos reconhecer o PSICOPATA em muitas pessoas que nos rodeiam. Mas os que tem maior poder destrutivo são aqueles administram o dinheiro público e os que comandam mentes, como líderes religiosos. Estes últimos podem, com carisma e inteligência, convencer pessoas a cometerem atos horrendos. Já o político ladrão matará muitas vidas por causa do desejo em ter dinheiro e poder.
Mas o que marca um PSICOPATA é a sua capacidade de dormir tranquilo. Comete o ato vil e ainda sonha com carneirinhos, sem maiores problemas.
Por isso que não podemos contar com a CONSCIÊNCIA deles pois, como digo sempre, até a DOR DE CONSCIÊNCIA é para poucos.
Tente reconhecer personalidades psicopatas que te rodeiam. Tente identificar mas não caia na cilada de ter pena, pois assim você se tornará a próxima vítima
Denuncie Crimes contra os Direitos Humanos
Denuncie!
Não permita que psicopatas fiquem impunes!
PORNOGRAFIA INFANTIL
CRIMES DE ÓDIO
GENOCÍDIO
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009
CÉREBRO DO PSICOPATA - CÉREBROS DOENTES
Os cérebros dos psicopatas são diferentes dos cérebros das pessoas normais?
Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm mostrado que assassinos e criminosos muito violentos têm evidências precoces de doença cerebral.
Por exemplo, num estudo feito por Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner - Neurologic abnormalities in murderers, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuiam diagnósticos neurológicos específicos:- mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal.
Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos.
As principais subdivisões do encéfalo humano: as áreas frontais incluem o lobo frontal (a área é denominada área pré-frontal), o córtex motor (responsável pelo controlo voluntário do movimento muscular) e o córtex sensorial (que recebe a informação sensorial vinda principalmente do tacto, vibração, dor e sensores de temperatura).
Há muito tempo que os neurocientistas sabem que as lesões nos lobos frontais levam a anomalias graves em determinados comportamentos. O uso abusivo da lobotomia pré-frontal (lobos = porção, parte + tomos = corte, ou seja, corte do lobo frontal), como uma ferramenta terapêutica pelos cirurgiões em muitas doenças mentais nas décadas de 40 e 50, forneceu dados suficientes aos pesquisadores para concluir que a génese de muitas personalidades anti-sociais se encontra no lobo frontal.
Ilustração da leucotomia transorbital, uma operação cirúrgica que foi amplamente utilizada nos anos 50 para executar lobotomia pré-frontal em muitos tipos de doença mental. Desenvolvido pelo neurocirurgião americano Walter Freeman, ela consistia em inserir uma lâmina no "tecto" ósseo de uma das órbitas usando um martelo e anestesia local. O movimento da lâmina lesava conexões importantes entre as áreas frontais e o resto do cérebro.Existem muitos exemplos de pessoas que adquiriram personalidades sociopáticas devido quer a lesões patológicas do cérebro quer a tumores.
António e Hanna Damásio são dois notáveis neurologistas e pesquisadores da Universidade de Iowa que investigaram na última década as bases neurológicas da psicopatologia. Os Damásios concluíram em 1990, por exemplo, que indivíduos que se tinham submetido a lesões no córtex frontal (e que tinham personalidades normais antes da lesão) desenvolveram comportamentos sociais anormais, levando a consequências pessoais negativas. Entre outras coisas, estes indivíduos apresentavam as tomadas de decisões inadequadas e inabilidades de planeamento com as quais são conhecidas por serem processadas pelo lobo frontal do cérebro.
Os Damásio também reconstituíram neurológicamente o primeiro caso conhecido da alteração de personalidade devido a uma lesão frontal no cérebro, observado no século XIX o caso de Phineas Gage.
Phineas Gage era um supervisor de obras ferroviárias que perdeu parte de seu cérebro devido a uma barra de ferro que atravessou o seu crânio quando uma carga explosiva rebentou acidentalmente. Ele sobreviveu por muitos anos ao extenso trauma, mas tornou-se uma pessoa inteiramente nova, abusiva e agressiva, irresponsável e mentirosa, incapaz de imaginar e planear características completamente diferentes dos da sua formação base.
O equilíbrio, por assim dizer, entre as suas faculdades intelectuais e as suas propensões animais fora destruído. As mudanças tornaram-se evidentes quando amainou a fase crítica da lesão cerebral. Mostrava-se agora caprichoso e irreverente, usando, por vezes, a mais obscena das linguagens, o que não era anteriormente seu costume, manifestando pouca deferência para com os seus colegas, impaciente relativamente a restrições ou conselhos quando eles entravam em conflito com os seus desejos, por vezes determinadamente obstinado, outras ainda caprichoso e vacilante, fazendo muitos planos para acções futuras que tão facilmente eram concebidos como abandonados Gage já não era Gage.
Comportamento Neurológico síndromes frontais, Maria Luísa Alburquerque
Baseado numa sofisticada reconstrução computadorizada da possível extensão da lesão cerebral, Gage parece ter sofrido uma lesão no córtex frontal ventromedial, num lugar muito semelhante ao dos pacientes de Damásio.
Reconstrução computadorizada da destruição do cérebro de Phineas Gage pela barra de ferro.Ir para Entrevista a António Damásio
Funcionamento interno do cérebro do psicopata nos últimos dois / três anos: a tomografia PET.
O equipamento de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) obtém imagens seccionais do cérebro vivo, usando cores para representar os diferentes graus de actividade.
http://mapadocrime.com.sapo.pt/cerebro%20psicopata.htmlAs imagens funcionais do cérebro, tais como as da imagem acima produzida por PET (positron emission tomography), têm sido usadas para corroborar a existência de anomalias neurológicas no lobo frontal dos sociopatas.
O PET obtém secções transversais do cérebro reconstruídas por computador, mostrando a cores o nível da actividade metabólica dos neurónios. Isto é conseguido injectando-se moléculas de glicose marcadas radioactivamente no sangue de pacientes e observando o quanto dele é incorporado em células cerebrais vivas. Quanto mais activas são as células, mais intensa é a imagem naquele ponto.
Usando o PET, o pesquisador médico americano Adrian Raine e colegas estudaram assassinos com resultados surpreendentes. Estes encontraram 41 assassinos que tinham um nível muito baixo do funcionamento cerebral no córtex pré-frontal em relação às pessoas normais, indicando um déficit relacionado com a violência.
O dano nesta região cerebral, notou Raine, pode resultar em impulsividade, perda do auto-controle, imaturidade, emocionalidade alterada, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode facilitar actos agressivos.
Outras anormalidades observadas pelo estudo de PET do cérebro de assassinos apresentam assimetrias anormais de actividade na amígdala. É provável que estes efeitos estejam relacionados com a violência e a criminalidade, pois, algumas destas estruturas fazem parte do sistema límbico, que processa as emoções e o comportamento emocional.
Um aspecto interessante da pesquisa do Dr. Raine é que ele relacionou as imagens cerebrais de PET com as histórias pessoais dos assassinos, a fim de se certificar que tinham sido submetidos, quando eram crianças, a algum trauma psíquico; abuso físico ou sexual, abandono ou pobreza. Entre os assassinos, 12 tinham sofrido abuso significativo ou recebido maus tratos na infância. Foi descoberto que assassinos vindos de ambientes perturbadores tinham déficits muito maiores (14 % em média) na área órbito-frontal (zona central representada em cada uma das três imagens) do cérebro do que pessoas normais ou assassinos vindos de ambientes normais e saudáveis.
Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita). As áreas em vermelho e amarelo mostram uma actividade metabólica mais alta, e em preto e azul, uma actividade metabólica mais baixa. O cérebro de um sociopata (direita) tem uma actividade muito baixa em muitas áreas.
Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USAOs estudos iniciais controlados, realizados por Raine e colegas foram confirmados por uma série de investigações baseadas em PET com indivíduos sociopatas e criminosos violentos. Um estudo de 17 pacientes com diagnóstico de distúrbio de personalidade foram submetidos ao PET, em 1994.
Os pesquisadores provaram que havia uma forte correlação inversa entre uma história de dificuldades de controle de agressividade durante toda a vida e o metabolismo regional no córtex frontal. Seis destes pacientes eram anti-sociais, o resto tinha vários distúrbios de personalidade (marginais, dependentes narcisistas ).
O PET foi usado novamente em 1995 para avaliar o metabolismo da glicose cerebral de oito sujeitos normais e oito pacientes psiquiátricos com história de comportamento repetitivo violento. Os autores obervaram que sete dos pacientes mostraram amplas áreas de baixo metabolismo cerebral, particularmente, no córtex pré-frontal e temporal medial quando comparado com os de sujeitos normais. Estas regiões têm sido implicadas como o substrato para agressão e impulsividade, a sua disfunção pode ter contribuído para pacientes com comportamento violento.
Mais recentemente (1997), a tecnologia de imagens cerebrais por PET mostrou também que os psicopatas diferiram dos não-psicopatas no padrão de fluxo cerebral relativo durante o processamento de palavras com conteúdo emocional.
Ainda que muitos destes resultados devam ser tomados com cuidado, todos eles convergem para uma importante descoberta: a de que os cérebros de criminosos violentos e sociopatas são, na verdade, alterados de uma maneira subtil, e que este facto pode agora ser revelado por novas técnicas sofisticadas.
Uma consideração importante é que o comportamento humano é extremamente complicado e resultado de uma interacção de muitos factores tais como sociais, biológicos e psicológicos.Existem muitos factores envolvidos no crime. A função cerebral é apenas uma delas, diz o Prof. Adrian Raine. Mas, ao entendermos a sua função cerebral, estaremos numa melhor posição para entender as causas completas do comportamento violento.
Portanto, existe razoável evidência que os os sociopatas têm uma disfunção do cérebro frontal. Quando e a razão desta disfunção aparecer ainda é, até agora, totalmente desconhecido.
Muitas das características da personalidade dos psicopatas poderiam ser explicadas por déficits emocionais. Por exemplo, estes revelam pouco afecto pelos outros, são incapazes de amar, não ficam nervosos facilmente e não mostram culpa ou vergonha quando abusam de outras pessoas. Assim, os cientistas têm feito hipóteses (desde há muito tempo) de que os psicopatas têm uma deficiência nas suas reacções aos estímulos evocadores do medo e esta seria a causa da sua insensibilidade e também da sua incapacidade de aprender pela experiência.
Muitos testes psicométricos foram criados para analisar o cérebro e determinar a capacidade mental dos indivíduos. Os testes de Q.I. ajudam os profissionais a avaliar a inteligência do suspeito e o seu processo de pensamento, enquanto que os testes ajudam a descobrir os mistérios de sua personalidade. Estes examinadores ajudam os psiquiatras forenses a descobrirem as obsessões do indivíduo que pudessem influenciar no seu comportamento.
O mais famoso é o teste de Rorschach pelo qual são analisadas as interpretações de uma pessoa de alguns desenhos abstratos. Um psiquiatra forense nunca se pode equivocar, pois um diagnóstico errado pode colocar em perigo o andamento de um julgamento.
Os psicopatas não mostram alteração nestes parâmetros quando são submetidos a stress ou a imagens desagradáveis. Estas alterações também não aparecem quando os sujeitos são avisados, antecipadamente, por um flash de luz, quando vão receber um estímulo stressante (por exemplo, um desagradável sopro de ar nas suas faces). Esta é a razão porque os sociopatas mentem tão bem e porque não são detectados (não regista) à mentira pelos equipamentos de detecção de mentiras (polígrafos).
Tudo isto não significa que os sociopatas não tenham emoções. Eles têm, mas em relação a eles mesmos, não em relação aos outros.
Em conclusão - O Erro de Descartes
António DamásioAntónio Damásio, o neurologista já referido, desenvolveu uma teoria, confirmando dados de outros autores, que poderia explicar porque pacientes com distúrbios provocados por lesões no cérebro têm estes problemas emocionais. Ele denominou essa teoria: hipótese do marcador-somático.
Na nossa vida passada, aprendemos a associar a certas situações sensações agradáveis ou desagradáveis, ou seja, determinadas emoções, e essas associações aprendidas modificam os padrões neuronais ficando, portanto marcadas.
Quando, mais tarde, somos confrontados com situações semelhantes, o marcador-somático rapidamente avalia as situações a fim de escolher uma opção e, por isso:
- o marcador-somático funciona como um incentivo e impulsiona-nos para essa opção ou acção;
- ou o marcador-somático inibe essa opção, não obrigando a gastar tempo a pensar sobre ela, o que leva à procura de alternativas.De acordo com o Dr. Damásio, pessoas com lesões no lobo frontal têm muita dificuldade ou são mesmo incapazes de activar estes marcadores somáticos.
Ele diz: isto deprivaria o indivíduo de um dispositivo automático para sinalizar consequências negativas relativamente a respostas que poderiam trazer a recompensa imediata.
Damasio AR, Tranel D, Damasio H - Individuals with sociopathic behavior caused by frontal damage fail to respond autonomically to social stimuli
Isto explica também porque é que os sociopatas e pacientes com lesões no lobo pré-frontal mostram poucas respostas automáticas a palavras condicionadas socialmente e a imagens com conteúdo emocional, mas têm respostas normais a estímulos incondicionados (estímulos que desencadeiam respostas não aprendidas pelo sujeito) como outras pesquisas de Damásio mostraram.
António Damásio defende que não há separação entre a mente e o corpo. A mente tem uma base biológica, a mente e o cérebro constituem uma realidade única.
Defende também, no seu livro O Erro de Descartes que o pensamento racional exige o contributo das emoções e dos sentimentos: um indivíduo não consegue decidir racionalmente quer em relação a si quer em relação aos outros.
Os casos clínicos que Damásio investigou, levaram-no pensar que a tomada de resolução e a escolha de opções nas pessoas comuns não se faz baseada exclusivamente no exercício racional (Descartes), mas faz-se através de Marcadores-somáticos.Bibliografia:
Artigo de Renato Sabbatini , artigo O Cérebro do Psicopata
Livro de Psicologia Ser Humano 12º ano, Porto Editora
Comportamento neurológico síndromes frontais
http://www.cerebromente.org.br
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=257&sec=47
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/texto9.htm
http://www.psiqweb.med.br/cursos/neurofisio.html
Entrevista com António Damásio e o caso de Phineas Cage livro de psicologia 12º ano, Tema I
Mentes Criminosas, de Brian Innes
Revista de investigação criminalTeresa F. Deus
Do
Cientistas identificam anomalias em neurônios de psicopatas
Pesquisa usou gatos como cobaias.
Descoberta abriria caminho para o desenvolvimento de remédios.Um grupo de cientistas britânicos chegou ao fim de um estudo que ajuda a entender a mente de pessoas de comportamento violento, antissocial. Isso pode ser o caminho para tratamentos eficientes das chamadas psicopatias.
O estudo foi feito inicialmente com gatos de laboratório. Conclusão: um gato agressivo tem sinais característicos no cérebro. Bem diferente de um gato mais dócil.
Mas foi com gente que a pesquisa surpreendeu. Ao comparar os cérebros de presidiários que cometeram homicídio, estupro e outros crimes bárbaros com cérebros de cidadãos pacatos, foi possível perceber desvios nos neurônios que conduzem os impulsos magnéticos cerebrais. É como se a mente de um psicopata tivesse estradas interrompidas ou mesmo alteradas.Em Londres, em um dos maiores centros de neurociência do mundo, os pesquisadores usaram máquinas de ressonância magnética para mapear a cabeça e tentar entender, afinal, o que se passa dentro dela.
A pesquisa comprovou a diferença anatômica entre os cérebros de um psicopata e de uma pessoa considerada normal. Essa descoberta, não só ajuda a entender o cérebro de um criminoso, mas principalmente abre caminho para o desenvolvimento de remédios e, quem sabe, a cura.No G1